Ó bendito o que semeia livros, livros à mão


cheia... e faz o povo pensar!
O livro caindo n'alma é germe que faz a palma, é


chuva que faz o mar!


Castro Alves


quinta-feira, 13 de maio de 2010

Insatisfação profissional II - Alguém tem a solução?

Na rotina de trabalho diário, há sempre algo que não gostamos muito de fazer mas que faz parte do ofício. A entrada e saída de alunos da escola é o momento de integração entre família e escola e deve ser prazeroso. Identificar as crianças pelo nome demonstra que, mesmo fora destes horários, as acompanhamos em suas atividades. É importante que os pais sintam-se seguros e vejam que as crianças adentram os portões cheios de expectativas sobre o dia, sendo recebidos com carinho e atenção. Mas, há algo que me incomoda profundamente: os atrasos. E olha que são muitos! Todos os dias aproximadamente de oito a dez crianças chegam atrasadas. Seus responsáveis apresentam todo tipo de desculpa, claro, as mais esfarrapadas: furou o pneu da bibicleta, perdi a hora, acabou a gasolina, não dormi direito por causa do bebê, moro longe... Há os adiantados que deixam os filhos de EMEI na creche, sendo que neste momento não há funcionários exclusivos pra olhá-los, mesmo porque seu horário é sete e meia. Há até casos permitidos pela direção que compreende a situação do pai. Discordo em gênero, número e grau! Ele que providencie uma pessoa responsável para trazer a criança, afinal, o filho não é da escola! E ao final da aula? Mais alunos cujos pais não respeitam ou valorizam a escola, que dirá seus próprios filhos! Quanto mais tempo ficarem longe deles, melhor! E ainda, ao serem solicitados a assinarem o registro do atraso, querem ter razão!? Que inversão de valores! Eles não tem vergonha em seus rostos! Acham que trabalhamos para servi-los e não à educação formal de seus filhos! Já cansei de conversar com os pais, tentei fazer um questionário para que respondessem pelo atraso, assim, seria uma ação diária, dando-lhes trabalho pela irresponsabilidade. Minha idéia não teve quórum. A pergunta que não quer calar: A equipe gestora está integrada para sanar este problema? NÃO! Não falamos a mesma língua neste sentido. A situação irrita a todos mas quem não tolera atrasos sou eu. Portanto, a ruim sou eu! Quer saber, tô largando mão! Hoje uma mãe teve o topete de trazer seu filho às oito horas dizendo que a bateria do carro não funcionara. E eu com isso? Esse negócio de termos que entender a situação pessoal já banalisou. Todos têm problemas e devem arcar com eles. Quer trazer o filho às sete e meia, não faz mais que a obrigação! Quer trazer o filho às oito, nove ou duas da tarde? Poooode entrar! Só que eu não vou admitir professor reclamando pra mim! Estes também não uniram forças para que a situação não se estendesse, portanto, arquem com as consequências! Que legislação ampara a escola neste sentido? Quem souber, me indique, por favor! Supervisão? E o medo da "rádia" ? Conselho tutelar? Só em caso de extrema necessidade - atraso não tem problema: o importante é ir à escola de qualquer jeito!
DEPOIS QUEREM UMA SOCIEDADE JUSTA E CRÍTICA! SÓ SE FOR DE DIREITOS PORQUE DE DEVERES, AH OS DEVERES...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Postura profissional

A postura do professor a meu ver está muito "coloquial" atualmente. Muitos se deixam nivelar com as demais pessoas, não no sentido de superioridade mas sim, de desvalorização da própria profissão, especialmente por esta tratar da "formação" de futuros cidadãos. Os professores utilizam o mesmo palavreado da população comum, mesmo em situações formais, vestem-se de forma inadequada no trabalho (blusa destacando a barriga, decotes, transparências, calças justas etc.), muitas vezes resistem em participar de capacitação crendo que já aprenderam tudo, por vezes até, desconhecendo o próprio conteúdo a ser ensinado, comentam assuntos particulares inadequados próximos aos alunos, inclusive fazendo fofocas. Enfim... desvaloriza à si próprio, seu trabalho e demais colegas de profissão. O fato é que, enquanto aluna, tive uma professora chamada Márcia que me inspirava elegância, sabedoria, inteligência e delicadeza. Acabei por idolatrá-la. Antigamente (que nostalgia!) usávamos muito o conhecido sabonete Lux luxo que trazia estampado em sua embalagem uma moça lindíssima a qual relacionei à elegância de minha mestra. Obviamente o que me interessava não era o sabonete  mas, tão somente a embalagem. Com todo cuidado, retirei o sabonete desta sem amassá-la e prontamente levei à escola, entregando à minha querida professora. Mas qual! Esta, com sua visão adulta, segurou o produto com certa indelicadeza, amassando a embalagem descobrindo que não havia sabonete em seu interior. Minha expectativa e idolatria caíram por terra quando ela perguntou-me sobre o sabonete dirigindo-se ao aluno ao lado com ar de: Ué? Ela não entendeu absolutamente a essência de minha ação! Como? Eu tinha preparado o presente com o maior carinho e ainda fui ridicularizada? Como os adultos são despidos da sabedoria infantil! A partir daí, minha professora já não foi mais tão admirada como dante havia sido...

domingo, 9 de maio de 2010

Planejando a semana

Quando falamos de rotina, lembramos um certo ranso concernente à mesmice e  falta de novidades. Realmente, tanto a vida pessoal quanto a profissional permeada por mesmice, especialmente com filhos ou alunos, desencadeia uma série de insatisfações, improdutividade e tédio. A ousadia ou iniciativa é a alavanca para quebrarmos a estrutura linear da rotina construída para potencializar novas vivências de modo que respiremos novidades. Em contrapartida, uma vida profissional ou pessoal pautada em interpéries e acontecimentos inusitados preconiza não só a falta de planejamento como também de condução do trabalho/vida pessoal, assegurando um produto final de qualidade duvidosa. Portanto, ao ponderar entre mesmice e interpérie, prefiro encontrar o equilíbrio entre os duas: a rotina é importante porque denota segurança e a novidade, porque dá um up em nossa vida. Sobre a importância da rotina especialmente na educação infantil, tratarei em dada oportunidade.
Iniciei o assunto rotina porque nestes últimos dias senti falta de mesmice. As ações de final de bimestre, preparo para recebimento das mães a fim de homenageá-las e evento de comemoração de construção de área lúdica impediram que a rotina da escola seguisse seu curso. Espero poder durante esta semana, colocar meus registros em ordem e visitar três salas de aula. Se atingir essa meta, estarei satisfeita.